Eliziário, Carlos Trombini, Alegria, Maninho, Cabo Domingos, Filemont, Zezinho, Carlinho Oncinha e Ernani.
Agachados: Murilo, Memeu, Alcino, Quincas e Milton do Dengo.
Nos anos 60, existiu em São João
Nepomuceno um time de futebol com nome de 11 de Ouro. O curioso é que o nome
intimidava os adversários, mas o placar raramente era a favor do temido Onze de
Ouro. Conversamos com o Paulo Gotti, um dos fundadores do time, que nos relatou
o seguinte:
“ Eu sou um dos fundadores do Onze de
Ouro. A ideia da fundação do Onze de
Ouro nasceu da necessidade de se fazer exercícios físicos. A turma da noite da
Fiação e Tecidos Sarmento tinha como operários Sebastião Ferreira
Lima(Elisiário), de saudosa memória, que era o treinador do Onze de Ouro; José Lorentino Alves, o conhecido Zé
Descoberto; José Augusto Muniz, entre
outros que trabalhavam durante à noite e sentiram a necessidade de fazer alguma
atividade esportiva durante o dia. Depois de uma reunião, eles decidiram
procurar o Sr. Genaro Sarmento, que era gerente da fábrica, para auxiliá-los
numa condição para que pudessem exercitar durante o dia. O Eliziário tinha em
mente a formação de um time de futebol. Na época, estava em São João um dos
acionistas da Fábrica, o Sr. Ortiz Sarmento, que ficou sabendo desta
necessidade dos operários. Sensibilizado, o Sr. Ortiz doou 11 pares de
chuteiras e uma bola, e orientou os operários a procurarem os dirigentes dos
clubes da cidade para ver se conseguiam um campo para as atividades...
Na época,
onde hoje está localizado o bairro Popular, existia o campo do saudoso Palestra
onde o Onze de Ouro realizava seus treinamento. Detalhe: naquela época, o Sr.
Ortiz queria que o time se chamasse Industrial Futebol Clube seguindo as
tradições da Fábrica. Em comum acordo, decidiram que este seria o nome. Então,
iniciaram as atividades no campo do Palestra, mas o nome Industrial não era
simpático aos “olhos da turma”. Eles queriam Onze de Ouro por um simples motivo.
O Eliziário, em visita a familiares no Rio de Janeiro, viu no subúrbio carioca
um time chamado Onze de Ouro que tinha uma camisa amarela quadriculada de azul.
No retorno de uma destas viagens, Eliziário reuniu-se com a turma e comentou sobre o escrete da Cidade
Maravilhosa. Questionado sobre a orientação do Sr. Ortiz Sarmento que sugeriu o
nome de Industrial, Eliziário disse o seguinte: “ Não tem problema. Nós mudamos
o nome “ Sendo assim, decidiram mudar para Onze de Ouro. Vale ressaltar que o
primeiro nome do Onze de Ouro foi Industrial.”
Em que ano surgiu o Onze de Ouro
e quando encerrou suas atividades?
- O Onze de
Ouro foi fundado em 1962 e terminou suas atividades em 1971.
Qual foi a primeira formação do
Onze de Ouro?
- Nico
barbeiro no gol; os alas eram Galileu Alves(pai do Cássio diretor do
Polivalente) era o zagueiro direito e o Diola que morava no Caxangá era o
zagueiro pelo lado esquerdo; a linha de alfs era formada pelo José Lorentino
Alves, José Augusto Muniz e José Moisés do Nascimento; a linha era o João Batista Mendes(Batista marcineiro),
Magela Soares Medina(Geraldo Magela da Rádio), Sebastião “mandioqueiro”, eu na
meia esquerda e o Cláudio Villa Nova na ponta esquerda.
No início do Onze de Ouro, quem
foi o principal destaque da equipe?
- Olha, eu
vou te contar. Não éramos bons não. Na verdade, nós não tínhamos espaço nos
demais clubes da cidade. Essa era a verdade, pois, a qualidade não era boa em
termos futebolísticos. No Botafogo, Mangueira e Operário os jogadores tinham
que ter um certo nível, e , honestamente, nós estávamos longe deste nível
exigido.
Existiu um feito marcante do Onze
de Ouro?
- Nós fomos
convidados para inaugurar o campo do Triângulo futebol Clube em Tocantins.
Empatamos em 1 a 1.
De pé: Viangre, Mílton, Memeu, Aristides Oncinha, Cabo Domingos, Zé Pretinho e Sr. Muniz(diretor).
Agachados: Braz Peru, Pilintra, Anginho Rigolon, Carlinhos Rebarba e Batista.
- E um jogo para ser esquecido?
- Tivemos
uma decepção muito grande quando fomos chamados para fazer a “prova de honra”
contra o Flamenguinho de Goianá. Naquela época, pela falta de conhecimento, o
Flamenguinho achava que Onze de Ouro, com
esse nome, era um time inigualável. Então, formaram uma seleção entre 15 de
Novembro e Prainha. Foi uma goleada! 13 a zero.
Lembro-me
que, quando chegamos em São João fomos questionados e houve a sugestão de
quando fossemos jogar uma partida importante, tivéssemos o cuidado de reforçar
a equipe.
E assim foi
feito como pode ser observado na foto acima. O Onze de Ouro
apresenta, entre outros, o goleiro Aristides Oncinha, Vinagre, Braz Peru,
Pelintra, Anginho Rigolon...
O que foi determinante para o “desaparecimento”
do Onze de Ouro?
- Com
certeza, a construção das casas populares. O Onze de Ouro treinava no campo do
Palestra, onde fica o bairro que hoje chamamos de Popular. Aliás, diversas
equipes treinaram e treinavam neste campo, como: o Ouro Fino, o Estudantes que
era formado por estudantes dos colégios, Duque de Caxias, treinado pelo saudoso
Pedro Caxambu, além do próprio Palestra. Em resumo: nosso time estava todo
certinho, e tínhamos planos de regularizar a situação jurídica para que pudéssemos
participar de competições esportivas. Mas aí veio o Prefeito Dario Medina e disse:
“
O campo de você vai acabar; vai desaparecer. O Governo do Estado fez um
projeto, e ali serão construídas casas populares...”
E nós
dissemos a ele que o campo não poderia desaparecer porque ali treinava um time,
além do futebol de São João, praticamente, ter nascido naquele local,
justamente, no campo do Palestra...
Como não
teve jeito procuramos apoio nos co irmãos (Botafogo, Mangueira e Operário) sem
êxito. Eles alegavam que não tinham espaço de horário durante a semana. Ali terminava a história do Onze de Ouro.
Obrigado ao
amigo Paulo Gotti que além de um ser humano fantástico nos brinda com a
história de São João. Seja ela na área esportiva ou política.
Abraço a
todos e até a próxima se Deus quiser!
0 comentários:
POSTAR UM COMENTÁRIOPostar um comentário