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domingo, 15 de fevereiro de 2015

MANOEL SATURNINO DA SILVA, O NECA

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Nascido em São João Nepomuceno, no dia 02 de abril de 1914, Neca teve 12 filhos. Do primeiro matrimônio, José Luiz e Olívia Maria. Depois, casou-se com Ernestina de Oliveira Silva e teve mais dez: Saulo, Simão, Estevão, Tiago, André, Débora, Betânia, Macedônia, Junia e +Sarah.
Atleta de estilo e rara categoria, jogava com elegância no intuito de agradar o torcedor. Neca atuou pelo Botafogo, Mangueira e Operário. No início da década de 40 foi jogador de futebol profissional do Bangu Atlético Clube do Rio de Janeiro. Após se desligar do time de Moça Bonita, especializou-se na arte de pintar paredes. Era requisitado pela alta sociedade Carioca,  tal sua habilidade e perfeição no acabamento com pinturas.

Devido o cuidado com a saúde, Neca prolongou sua participação no futebol. Tanto é que, no final dos anos 40, Dr. Mário Zágari resolve trazê-lo para reforçar o time Baeta.
Heber, Moacir Delgado, Egon, Neca Beraldo e Deco Mendes.
 Fato engraçado
Conversando com Paulo Gotti ele relatou o seguinte: “Lá pelo início dos anos 50,  Dr. Mário Zágari cansado de perder para times de Rio Novo( Botafogo, Operário e Mangueira encontravam dificuldades contra os times Rionovenses ), e, também, na intenção de incrementar o futebol de São João, trouxe de volta o Neca Beraldo que seria um reforço e tanto para o time Baeta. Neste mesmo período, o 15 de Novembro de Rio Novo tinha um ponta esquerda de nome ou apelido Gegeno. Ele era funcionário do Estado e, nas horas de folga,  levava pães de Rio Novo para o comércio de Furtado de Campo. Pois bem! Jogo marcado na cidade de Rio Novo para 15 de Novembro e Mangueira. O primeiro tempo mostrava um jogo equilibrado até que Neca, estrela principal do Mangueira, passou por dois adversários e fez o gol. Na comemoração passou pelo Gegeno e disse: “ Manoel Saturnino da Silva, o Neca, Mangueira 1 a zero.” Gegeno, humilde, ouviu calado.
Recomeçado o jogo, não demorou muito para o 15 de Novembro empatar. Gegeno pegou a bola e, também, driblou dois ou três, entrou na área do Mangueira e fez um golaço. Após o gol, Gegeno voltava para nova saída de bola quando passou pelo do Neca e disse: “Gegeno, entregador de pão Rio Novo/Furtado de Campo; 1 a 1.” Paulo Gotti.
Fã da nobre arte, o boxe, Neca gostava de simular golpes de direita e esquerda, com cruzados, jeb, diretos e ganchos. “ Olha a cutelada hein!” Referindo-se a uma cotovelada... Sempre terminava as frases verificando se estávamos entendendo o que ele falava: “ compreende?
Raimundo Afonso, o Macu, conviveu com ele no tempo das peladas na quadra do Mangueira e, também, nos treinos de boxe na casa do Neca.
“O Neca levava eu e o Claudinho Manzo para treinar boxe na casa dele. O Simão e o Saulo também participavam. De luvas, o Neca soltava o braço.
Um dia, o Neca deu uma no Claudinho que caiu meio desacordado e o sangue escorreu. Aí eu gritei: O Claudinho morreu! O Neca foi lá dentro, trouxe um balde d’agua e jogou na cara dele dizendo: Morreu não! O Claudinho levantou meio “zonzo”. Eu saí correndo, pulei a janela, e até hoje não voltei lá.” Finalizou Macu dando gargalhadas.
Desculpem mas não sei o nome de todos. Só conheci o Dr. Renê Mendonça(2º agachado da esquerda para direita) e o Neca( o 4º agachado da esquerda para direita)
O Neca era muito brincalhão e nervoso também. Sabendo disso, a turma aproveitava. Ílio da Silva Pinto, o colero, também tem um “causo”
“Foi um Mangueira e Botafogo no antigo campo atrás da Igreja Matriz. Eu jogava pelo Botafogo e o Neca, já estava em final de carreira, jogava pelo Mangueira. Nilo, filho do Nilo Rocha, jogava do seu lado. O goleiro do Mangueira chutou uma bola para frente. O Nilo saltou e não conseguiu alcançá-la. Ela passou e quando o Neca ameaçou ir na bola eu puxei de calcanhar e disse: Sai pra lá “negão”! Você é bananeira que já deu cacho. Ele ficou muito bravo e me procurou o jogo todo para me dar um sacode.” Terminou sorrindo.
Operário Futebol clube - Pepé, Schimith, Tuca, neca e Gabriel
Obrigado aos amigos Paulo Gotti, Raimundo Afonso e Colero pela colaboração nos “causos”. Também ao amigo/irmão Eduardo Ayupe pelas fotos que ilustram este blog e Junia Malta da Silva pelas informações sobre seu Pai.
Teófilo Barbosa, Cacau, Edalmo Pimentel, Bimba, Lelé, Heleno”Preto”, Gregório e Carradinha.
Agachados: Braz”Peru”, Floretinho, Neca, Gabriel e Wanderlei.
Abraço a todos e até a próxima se Deus quiser!

4 comentários:

  1. Meu pai Manoel Saturnino,
    É um orgulho de ver a matéria que nosso querido Amigo Nei Medina publicou sobre sua vida e do homem honrado que ele foi.Um grande exemplo pra nós que somos filho.E pros amigos uma grande lembraça,Obrigada.

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  2. Muito bom, espetacular, tanto esta como todas as outras matérias que contam a história do futebol de SJN, futebol este que não existe mais com charme e história como no passado.Estou gostando e esperando mais novidades como Bezerra, Claudinho Manzo, Totonho, Zim Caieira, etc, etc etc, porque tem muitos nomes e também uma história dos clubes, porque não, clubes estes que estão sendo esquecidos.
    Cezar

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  3. Daqui a exatamente três anos o Mangueira completa seu centenário, será que os desportistas da cidade, o poder publico, a imprensa vão deixar passar em branco?
    Cezar

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    1. Valeu Junia e Cezar!!! Também já escrevemos sobre o Claudinho e o Zim... Ótima lembrança sobre o Mangueira. Ficaremos atentos. Abração.

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