Foi emocionante a
inauguração dos vestiários para o campo do União de Roça Grande. Familiares do
Lalúcio se emocionaram e nos fizeram emocionar. Justa homenagem!
Abaixo, entrevista concedida
ao blog do Nei Medina 2 anos antes de seu falecimento.
...
Elias”Lalúcio”Nassif Ayupe foi um dos grandes nomes do futebol de São João.
Conhecido em toda região pelos potentes chutes de direita e por comandar o,
quase imbatível, União de Roça Grande. Pai de cinco craques de futebol, Toni,
Zeca, Marco e Eduardo no futebol masculino e Sarah no feminino.
“... Comecei no Mangueira. Naquele
tempo, meu pai não deixava a gente sair de casa. Mas o Bolote ficou sabendo que
eu era um bom jogador e veio em Roça Grande conversar com meu pai. “Com você o
menino pode ir”. Disse meu pai ao Bolote. Fiquei pouco tempo no Mangueira.
Minhas coisas sumiam no vestiário e eu não gostava daquilo. Logo em seguida fui
para o Operário(1955, com 16 para 17 anos). Joguei com Jair Paraíso, Tuca, Schimith,
Deacir, Gute, Gregório, Tininho... Minha estreia foi contra um time de Juiz de
Fora. No time deles tinha um jogador que jogava muita bola. Maradona “purim”.
Só no primeiro tempo ele fez dois gols. Tinha chovido muito e o campo do
Operário não tinha um fiapo de grama. Eu dei uma entrada nele e saímos rolando
no barro. Isso o amedrontou, fazendo com que se escondesse do jogo. Depois deu
umas faltas contra o time deles e o Schimith foi bater. O Schimith botava a
bola onde queria. Mas com aquela chuva não teve jeito. A bola estava muito
pesada. Ele cobrou e a bola nem chegou no gol. Como eu já era autoritário,
desde moleque, falei: na próxima falta eu que vou bater. Eu fiz dois gols e
empatei o jogo. A bola saía até voando, pois, eu tinha muita força na perna.
Depois nós ainda viramos o jogo.
Em 1956, fui para o Botafogo e lá fiquei por 10
anos. Em 62, teve um jogo inesquecível contra o
Mangueira. Segundo tempo, 44 minutos, bola na área do Botafogo. Eu
protegi para saída do goleiro Ratinho(Onei). Ao invés dele pegar a bola ele pegou
a perna do atacante. O juiz, “peitudo”, marcou pênalti. O Ratinho começou
chorar. Aí, eu peguei e esfreguei a cara dele na poeira e falei: Levanta rapaz!
Ainda dá tempo da gente empatar. Parecia que eu estava adivinhando. Eles fizeram
1 a 0 e na nova saída de bola eu falei com o companheiro: toca pra mim que eu
vou lá dentro do gol com essa bola. Veio dois em mim. Eu dei uma pregada em um,
mas o juiz deu falta a nosso favor. A falta foi uns 5 metros além da linha do
meio campo, e, o Quirino pediu 10 na barreira. Esse dia eu enganei ele. Fiz que
ia chutar forte e peguei por baixo da bola. Ela entrou lá no ângulo. Dez na
barreira rapaz; como é que eu ia bater forte? Eu bati de curva e o Quirino caiu
lá dentro do gol com bola e tudo. O torcedor do Mangueira quebrou o alambrado e
invadiu o campo. Era uma rivalidade danada rapaz.
No ano de 1973, fui campeão com o
União de Roça Grande no primeiro campeonato organizado pela Liga de Futebol de
São João. Antes do campeonato teve uma reunião no Mangueira mas o pessoal não
queria que o União entrasse na competição. “Todo mundo vai querer jogar para o
time do Lalúcio!” Eles falavam. Aí eu disse: vocês escolhem os jogadores e o
que sobrar é meu. Olha o resto que eles deixaram: Quirino, Messias Pilão, Duda,
Carlinhos“babado”, Wanderlei do Zé Descoberto, Tista, e por aí vai.
A
decisão foi contra o Descoberto Futebol Clube. O campo do Botafogo estava
lotado. Não cabia mais ninguém. Foi um jogão. Nós ganhamos de 1 x 0, gol do
Tista. A bola foi cruzada na área, o Tista passou pela bola mais, de calcanhar,
ele conseguiu tocar na bola para o fundo do gol. Golaço!
TONI : O meu filho Toni
era igual esse Falcão do futsal. Ele fazia o que queria com a bola. Quando
tinha uns 15 para 16 anos, jogando contra um time bom aí do Marquinho da SEG,
ele chegou lá no botequim e falou: Pai eu vou lá no campo fazer 5 gols no time
da SEG. Daqui a pouco eu to aí. Daí “muncadinho” ele chegou e eu falei: Ô Toni,
você não vai jogar? Ele respondeu: Ô Pai, eu já fiz os 5 gols. Ô moleque danado
sô! Ele pegava a bola e ninguém tomava. Era muito inteligente. Nasceu para
aquilo. No Vasco treinei junto com o Belini, Otum, Walter, Valfrido, Pinga,
Vavá, Wilson Moreira... Eu treinava muito e, às vezes, dava aquele chutão para
impressionar. Jogava a bola lá na piscina de São Januário. Fiquei no Vasco 8
meses, mas, só joguei amistoso.
“CAUSO” : Eu sempre contei pra Sarah, minha filha, que isso que o Higuita
fez de deixar a bola passar e puxar com o pé, eu já fazia a muito tempo. Ela
estava num bar lá em Juiz de Fora e passou o lance na televisão. Um senhor que
estava atrás dela comentou: Eu já vi um homem fazer isso aí lá de Bicas! Aí a
Sarah interessou e perguntou: Quem é esse homem lá de Bicas? O senhor respondeu:
o Lalúcio. A Sarah ficou numa alegria e quando encontrou comigo me disse: Agora
eu acredito no senhor.
O jogo de confraternização
foi entre as categorias máster do União e do Vasco da Gama-RJ. Assista aos
gols, União 0x7 Vasco da Gama.
Maciel abriu o marcador, Celso fez 2x0, Fabrício Carvalho fez um belo gol, aumentando para 3x0 e antes do término da primeira etapa Marco Ayupe fez 4x0. Segunda etapa, Jorge Luiz, de pênalti aumentou para 5x0, Willian marcou o sexto gol e Fabricio Carvalho deu números finais a partida.
Vale conferir.
Maciel abriu o marcador, Celso fez 2x0, Fabrício Carvalho fez um belo gol, aumentando para 3x0 e antes do término da primeira etapa Marco Ayupe fez 4x0. Segunda etapa, Jorge Luiz, de pênalti aumentou para 5x0, Willian marcou o sexto gol e Fabricio Carvalho deu números finais a partida.
Vale conferir.
Abraço a todos e até a próxima se Deus quiser!!!
muito boa matéria. Parabens. Um abraço para Eduardo
ResponderExcluirCezar/ Salinas