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Wellington Tavares Fajardo( Etinho) é filho de Welington Miranda Fajardo(o Guarda) e Marilis Tavares Fajardo. Casado com Ivelise Henriques Fajardo e pai de Vítor e Lucas Henriques Tavares Fajardo, Etinho é natural de Leopoldina-MG, mas já recebeu título de Cidadão Saojoanense. Em São João passou sua infância atuando nas categorias de base do Botafogo e Mangueira.
Wellington Tavares Fajardo( Etinho) é filho de Welington Miranda Fajardo(o Guarda) e Marilis Tavares Fajardo. Casado com Ivelise Henriques Fajardo e pai de Vítor e Lucas Henriques Tavares Fajardo, Etinho é natural de Leopoldina-MG, mas já recebeu título de Cidadão Saojoanense. Em São João passou sua infância atuando nas categorias de base do Botafogo e Mangueira.
“ Morei em São João até meus 16 anos e joguei no
Mangueira e Botafogo. Mas, não posso deixar de ressaltar que minha iniciação
esportiva foi no Instituto Barroso onde havia muito incentivo a prática
esportiva de todas as modalidades. Inclusive futebol onde tive oportunidade de
atuar várias vezes.”
Nesta
época, antes das partidas, qual atacante “tirava-lhe o sono” ?
- Eram muitos atletas de excelente qualidade
técnica. Difícil destacar um, mas posso mencionar o Carrada, Deuver, Carlinhos
Rocha, Bolotinha, Bengó e tantos outros que peço desculpas por não citar, senão
ficaria só nessa pergunta...
Ainda em São João, uma partida que ficou
marcada em sua memória?
- Por incrível que pareça, o jogo que
ficou marcado na minha memória foi entre Instituto Barroso e Augusto Glória. Eu
defendia o Instituto Barroso e a partida terminou empatada em 2 a 2. Fomos para
os pênaltis e eu peguei o último que deu o título do torneio ao Instituto
Barroso. Fui cumprimentado dentro de campo pelo Sr Ubi Barroso, por quem tínhamos
respeito e admiração. Foi um momento de muita emoção.
De pé: Buzina, Pedro, Joaquim, Júlio Macu, Antônio
Carlos Albertoni, Bolinha, Etinho, Valmir Pilão, Dé, Serginho, Maurício e
Juarez.
Agachados: Marquinho do Cid, Eduardo “pega vivo”,
+Carlinhos Rocha, Bacalhau, Eduardinho, Barriquinha, Carioca, Pimentinha e
Bolotinha.
São João para Belo Horizonte, como foi esta
transição? Em que ano foi; quem te levou e pra qual equipe?
- Foi em Fevereiro de 1978 através do
José Américo Campos, conselheiro do América Mineiro. Fiz um período de teste e
fui aprovado, retornando dia 05 de Março de 1978 como jogador da equipe sub 17
do América. Não é fácil você largar família, amigos e a cidade onde foi criado.
Mas minha determinação era tanta que essa transição foi tranquila, pois tive o
apoio do meu pai e minha mãe que sabiam do meu sonho de me tornar um atleta de
futebol profissional.
Nas categorias de base do América, em qual
momento ( ou depois de qual temporada ) você sentiu que a chance de se tornar
um jogador do futebol profissional estava próxima?
- Tudo é muito difícil, e eu naquela
fase de categoria de base já agia como profissional, tanto dentro quanto fora
de campo. Tentava aproveitar todas as oportunidades com muito empenho em
qualquer chance que tinha de mostrar meu futebol, mas teve um jogo da equipe
sub 20 do América contra o Cruzeiro no Mineirão, preliminar de um clássico, e
eu fui escalado como titular mesmo com 17 anos. Ganhamos o clássico de 1 x 0,
eu fiz uma boa partida numa categoria acima da minha. Acredito que a partir daí
as portas do clube foram se abrindo. Também teve uma convocação para a seleção
mineira sub 20 que foi dando crédito para os diretores me observarem com mais
atenção.
Em que ano fez a primeira partida no “time de
cima” do América? E quando assinou seu primeiro contrato como jogador
profissional?
- Em
1979, eu ainda era juniores e estava na reserva do profissional quando o
goleiro Hélio machucou e eu tive que entrar no intervalo. O jogo foi contra o
Guarani de Divinópolis pelo Campeonato Mineiro. Assinei meu primeiro contrato
profissional em março de 1981 e atuei como profissional pelo América até julho
de 1986 quando o Cruzeiro comprou meu passe. No total, entre categoria de base
e profissional, defendi o América por 9 anos. Como profissional, defendi o
clube por 158 jogos.
Receber o Troféu Guará no ano de 1985 (título
concedido ao melhor goleiro do certame), “superando” os já consagrados João
Leite do Atlético e Luís Antônio do Cruzeiro, foi o momento mais marcante em
toda sua carreira?
- Foi
até aquele momento da minha carreira o momento mais importante. Principalmente
por ter como concorrentes os goleiros acima citados, principalmente o João
Leite que já vinha sendo convocado para a seleção brasileira daquela época.
RECEBENDO O TROFEU GUARÁ
8 - Em que ano você chegou ao Cruzeiro, quais
campeonatos disputou, quantos títulos conquistou e quantas atuações com a
camisa celeste?
- Cheguei em Julho de 1986 e joguei
pelo Cruzeiro exatos 80 jogos. Sou o 15º goleiro que mais jogou com a camisa do
Cruzeiro dos 90 goleiros que passaram pelo clube. Pode parecer pouco, mas atuar
por um gigante do futebol brasileiro, onde a cobrança é muito grande não foi
fácil. Principalmente numa época que marcou a transição vitoriosa do Cruzeiro,
já que no final dos anos 80 e a partir dos anos 90 foi que o clube superou, em
muito, as conquistas do seu principal rival que é o Atlético. Ganhamos o
Campeonato Mineiro em 1987, também, em 1986 e 1988, fizemos excursões pela
Europa onde fomos campeões de vários torneios importantes, colocando o Cruzeiro
novamente em evidência naquele continente. Além de termos em 1988 sido
vice-campeões da 1º Supercopa da Libertadores da América perdendo para o Racing
da Argentina na final. Chegamos também nas Semifinais do Campeonato Brasileiro
de 1987 perdendo para o Internacional que depois perderia o título para o
Flamengo.
“ Hoje foi meu dia ! ” No futebol profissional,
qual partida você terminou com este sentimento?
- Sem
dúvida foi a partida de ida da semifinal da Supercopa da Libertadores em 1988
contra o Nacional de Montevidéu. Apesar da derrota, ganhamos no jogo de
volta no Mineirão e fomos a final.
A competição Super Copa dos Campeões das
Libertadores em 1988 foi a mais importante de sua carreira? Fale um pouco deste
torneio.
- Foi sim, principalmente por aquela
competição só contar com as equipes que já tinham sido campeões da Libertadores
até aquela data. Portanto, somente times tradicionais e importantes da América
do Sul. Ganhei a condição de titular no segundo jogo contra o Independiente
da Argentina e mantive até a final.
Aquele foi um grupo que merecia o título, pois, tínhamos o Careca na Seleção
Brasileira em grande fase. Mas pegamos na final um Racing que possuía um grande
time. O goleiro Ubaldo Fillol, o zagueiro Oscar Ruggeri da seleção Argentina,
Mendonza ponta esquerda da Seleção Paraguaia e Rubens Paz da seleção Chilena. Mas
no fundo, apesar de tudo, fica a decepção de termos chegado tão próximo e não
conseguirmos o título de campeão.
Você jogou contra o atacante Reinaldo? Ele foi
o mais talentoso entre todos os enfrentados?
- Joguei
muito contra o Reinaldo, tanto defendendo o América quanto o Cruzeiro. Mas foi
uma época difícil para os goleiros mineiros já que também no Atlético tinha
grandes chutadores como Éder e Nelinho. Destaco, também, Evérton e o Zenon, que
não tinham tanta fama mas foram excelente jogadores.
De pé: Ademar, Balu, João Batista,
Geraldão, Wellington e Andrade.
Agachados: Robson, Douglas, Eduardo,
Ernani e Edson 2
“ São João um celeiro de craques de futebol.”
No mesmo período que você esteve no Cruzeiro, o Adil, Zé Luiz e Kilin também
estavam lá. Antes, Piorra e Claudinho Manzo atuaram nas equipes da base. Na sua
opinião, o que mudou para os dias atuais onde não conseguimos mais esta
façanha? Foi a safra?
- Não é só a safra.
Muita coisa mudou, principalmente, no futebol que se joga hoje. Nesta época em
que você citou o jogador que não tinha técnica apurada passava vergonha, pois o
nível era muito alto. Hoje é diferente, se destaca o jogador que tem boa
condição física, inteligência tática e intensidade de jogo. Também, tem muita
diferença no sentido extra campo. Imagina bem: naquela época fui levado por um
conselheiro do clube para fazer teste e minha transferência do América para o
Cruzeiro foi feita de presidente para presidente. Coisa inimaginável nos dias
de hoje. O futebol atual está cheio de pessoas que entendem de negócio e não do
jogo propriamente dito. Embora estando num país democrático e livre que todos
têm os mesmos direitos, mas a interferência dos agentes, empresários e
procuradores de atletas modificaram muito as avaliações de quem é bom, médio e
ruim. Na minha opinião, no futebol atual, nem sempre jogam os melhores
jogadores e o mesmo acontece com os treinadores. Os interesses comerciais estão
acima do jogo; situação que eu discordo totalmente e tenho tido problemas na
minha carreira como treinador por fazer sempre prevalecer à qualidade técnica e
física do atleta. Enfim, vou continuar fazendo a minha parte no que acho
correto e esperando que um dia as coisas mudem nesse sentido.
Depois do Cruzeiro, quais equipes você defendeu
até o encerramento da carreira?
- Villa Nova GO, São José SP, América
SP, Villa Nova MG e já no final da carreira terminei jogando em outros times do
interior de MG.
JUNTO DE SUA COMISSÃO TÉCNICA - TUPI 2008
Quando apareceu a primeira oportunidade para
iniciar a carreira de treinador de futebol?
- Eu comecei como treinador em 2001
no Tupi, mas fiz algo diferente depois de ter passado por outras equipes. Decidi
que era hora de agregar valores ao meu currículo, já que era apenas um ex atleta
de futebol treinando equipes. Em 2005 iniciei o curso de Educação Física na
Universidade Salgado de Oliveira e me formei em 2008. Neste mesmo ano voltei a
trabalhar no Tupi e fomos Campeões da Taça Minas Gerais vencendo o América na
final. O mundo do futebol não se importa muito com a qualificação dos seus
treinadores, e sim o que é mais conveniente. Mesmo sendo ex atleta, tendo
trabalhado com vários treinadores de renome nacional e ainda tendo uma formação
acadêmica, esperava que pudesse dar um salto de qualidade na minha carreira; mas
não houve mudança. O mercado do futebol
não se importa com a formação de seus treinadores.
Até aqui, quais equipes já comandou e qual o
momento mais importante nesta nova função?
-
Tupi 4 vezes, Uberlândia 5 vezes, Democrata 2 vezes, Villa Nova 2 vezes,
Sobradinho e Francana. O título da Taça Minas Gerais foi um marco pra mim e
para o Tupi, pois até então foi o primeiro título do clube na primeira divisão.
Mas ter conseguido tirar o Uberlândia do rebaixamento em 2009, pegando a equipe
com zero ponto na quarta rodada e ainda classificando para a série D, foi muito
importante. Este ano também, foi bom, pois classificamos o Villa Nova para a
Copa do Brasil de 2016 e Campeonato Brasileiro da série D de 2015.
16 - É
um sucesso a Escola de Futebol Welington Fajardo. Fale deste projeto.
- Foi
um projeto iniciado em 2010 pelo meu filho Lucas Fajardo e eu o auxiliando.
Começamos com muita dificuldade e hoje o projeto se expandiu, se tornando
altamente social, dando oportunidade há várias crianças que não tinham. Temos
como lema: “Ensinando mais do que jogar futebol”. Pois, nem todos poderão se
tornar atletas de alto nível, mas a formação do cidadão é a nossa prioridade.
AMÉRICA-MG - CACAU, JOÃO BATISTA, ERALDO, GERALDO, RENATO e WELLINGTON.
ADILSON, MARQUINHOS, IDEVALDO, PALHINHA e ALMIR.
VÍDEOS
Obrigado ao amigo Etinho pela
brilhante entrevista.
Abraço a todos e até a próxima se
Deus quiser.
ok ok
ResponderExcluirConheci o Etinho nos anos 76,77,78 quando era vendedor de jornal da banca do Sr Zé Mendonça e levava sempre para ele o Jornal dos Sportes, (folha cor de rosa) e depois voltei a encontrar com ele rapidamente em Valadares quando treinava o Democrata a uns 5 ou 6 anos atrás, quando lhe entreguei uma garrafa de cachaça de Salinas.
ExcluirTalvez ele não se lembre mais de mim, mas sempre admirei sua postura e ética dentro do futebol, e lembro muito de quando era goleiro do Mangueira ( meu time ) em São João.
Parabéns ao Blog por esta e outras matérias, inclusive a de Zé Luiz que foi colega de sala de aula da minha irmã.
Um ABRAÇO.
Cezar
Salinas
Obrigado Cesar. Abraço.
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