Adil, craque na bola, craque na Vida.
Ou, Adil, o campeão do otimismo. As opções de títulos para esta matéria são grandes. Pois, o nosso Nica (como sempre o chamei, e, escreverei durante toda a
matéria) se enquadra em diversas frases de superação. Na verdade, ele é a superação.
“O
que é bom já nasce feito”. Fatalmente, seria jogador de futebol profissional.
Talvez, o saudoso “João do Botafogo” já sabia disso antes de todo mundo. Em
1978, com apenas 13 anos, nas peladas da quadra do Botafogo Futebol Clube, Nica
driblava com categoria e finalizava com perfeição. Lá de cima o João gritava:
“vai Zico, vai Zico.” O João já sabia o que estava reservado ao jovem talento.
E você, imaginava que pudesse chegar onde chegou?
-
Olha Nei; eu sempre tive um objetivo desde meus 14 anos de idade. Nesta época, tive
minha primeira oportunidade. Um convite do Cláudio Coutinho para treinar no
Flamengo. Pois, ele era o treinador do time profissional e direcionava muito as
categorias de base. Infelizmente, não pude ir. E isso me frustrou muito.
Já no time do saudoso José Maria
Gomes da Silva, Nica desequilibrava as partidas com jogadas de velocidade e
dribles desconcertantes. Além de marcar muitos gols.
Características
que despertou a atenção de Pereira, um amante do futebol e com influência no
América do Rio de Janeiro. Ao lado do amigo Lalúcio, em 1982, Pereira levou
Nica e o Zeca(Zeca Móveis) para uma fase de testes no “time do Andaraí”.
Nesta
ocasião, Marco Aurélio Ayupe, que foi a passeio, também ficou. Mas esta
história ficará para outra oportunidade.
Em
resumo: Nica, Zeca e Ayupe foram aprovados.
E aí
Nica, como foi o início no América?
-
Depois da frustração de não ir para o Flamengo, continuei na busca do meu
objetivo. E digo sempre que tive méritos. Méritos pela perseverança, pela
insistência, pela dedicação e pela superação acima de tudo. Eu fui um jogador
que foi “escolhido no alambrado”. Cheguei para treinar no América do Rio e
aguardava minha vez na beira do campo, encostado no alambrado. O treinador
olhou e falou: Você aí. Joga de que? Eu falei: de ponta esquerda. Então
aproveita que você já está na beira do gramado e entra aí. E eu, em cinco
minutos, mostrei porque que tinha ido
realmente. Foi a primeira oportunidade real que tive.
O primeiro grande desafio
Em
1984, uma grave fratura de tornozelo se tornaria o primeiro obstáculo na
carreira.
Nica,
o que realmente aconteceu?
-
Estava no meu melhor momento. Tinha acabado de passar do juvenil para a equipe
de juniores. Na oportunidade, o América tinha um time muito forte. Inclusive o
Edu, irmão do Zico, era o treinador e o América se destacava no campeonato
carioca, o OPG (Otávio Pinto Guimarães). Na minha safra tinha o Jorginho(seleção
1994), Heitor, Paulinho(Fluminense), Mauricinho(Vasco)... Eu fiz minha estreia
contra o Flamengo e guardo na lembrança com muito carinho, porque fiz uma
grande partida. Depois desta partida vim em casa visitar minha Família. No meu
retorno ao Rio, estava previsto um amistoso do América contra o Resende. O
treinador, Sr. Amaro, me disse que se eu não quisesse jogar não teria problema.
Mas disse pra ele que gostaria de jogar. Mesmo porque, seu filho jogava na
mesma posição que eu. Além de no sábado seguinte termos um difícil jogo contra
o Botafogo... Acabei jogando e recebendo uma entrada por traz, que fraturou meu
o tornozelo. Esse realmente foi meu
primeiro obstáculo, porque eu vi como era difícil você estar numa equipe sem estrutura e precisar dela. O
América não me deu nenhum apoio. Graças a Deus, meu saudoso e querido Pai vendo
que meu negócio era jogar futebol, me levou para Juiz de Fora e o médico disse
que a melhor saída era a cirurgia. Internei no mesmo dia, e no dia seguinte colocamos
dois parafusos no tornozelo. Fiquei seis meses de repouso numa recuperação
dificílima. Em seguida, troquei o processo que moveria contra o América em
troca da minha liberação.
Cruzeiro de Belo Horizonte
“Depois
de recuperado, voltei a jogar no Botafogo de São João Nepomuceno. Em 1985, fui
levado pelo Élcio Fam para treinar na equipe de juniores do Cruzeiro de Belo
Horizonte. O Zé Luís e o Kiln já estavam lá. Como já conhecia o “caminho das
pedras”, passei no teste. Depois de seis meses no clube, com 20 anos, assinei
meu primeiro contrato como jogador profissional. A partir daí comecei minha
vitoriosa carreira conquistando meu primeiro título em 1987. Campeão Mineiro
pelo Cruzeiro ao lado do goleiro Etinho (Welington Fajardo).”
Primeiro ano como jogador profissional. Zanata observa. Foto: Revista Placar.
Os clubes pelo Brasil
“Do
Cruzeiro fui para o Tupi de Juiz de Fora, depois Guarani de Campinas. Em 1991,
cheguei em Araraquara e fiz um ótimo campeonato Paulista pela Ferroviária. O
que despertou o interesse da Portuguesa de Desportos. Na Lusa, joguei ao lado
do saudoso Dener e fiz muitos gols. Em 1992 a Portuguesa formou um timaço que
contava com Rodolfo Rodrigues no gol, Zé Maria(seleção brasileira), Capitão,
Cristóvão Borges(atual técnico do Fluminense), Nílson, Maurício(Botafogo)...
Fui destaque do paulista de 1992 e
sondado para a seleção brasileira. Na época, Falcão era o treinador. Como
prêmio, a “sirene do Parque São Jorge” tocou para mim”. Fui contratado pelo
Corinthians e joguei o campeonato paulista de 1993 ao lado do goleiro Ronaldo,
Giba, Marcelo Djean, Marques, Paulo Sérgio, Viola, Neto, Tupãzinho...”
1992 - Em pé: Rodolfo Rodríguez, Zé Maria, Charles, Augusto, Wladimir e Capitão.
Agachados: Maurício, Cristóvão, Nílson, Carlinhos e Adil.
1993 - Em pé: Marcelo, Gino, Baré, Biro e Ronaldo.
Agachados: Fabinho, Marques, Neto, Tupã, Adil e Ezequiel.
Em
visita ao Programa “Os Donos da Bola” Nica ouviu a seguinte frase dita pelo
apresentador e amigo Neto: “Eu que
mandei te contratar. Mas quem bate falta aqui sou eu.”
Brincou
Neto referindo-se quando da apresentação do Nica no Corinthians.
Nelsinho Batista
Titular
absoluto do time do Corinthians durante todo o campeonato paulista de 1993; e
na decisão ser sacado do time logo aos 23 minutos do primeiro tempo, este fato
deixou alguma mágoa contra o Nelsinho?
- Fiquei
chateado porque estava bem no jogo. Além de ser uma decisão e, ainda, no início
da partida. Depois da minha saída o Palmeiras fez o primeiro gol justamente no
setor que eu estava atuando.
Mas mágoa eu não posso ter. Mesmo
porque foi o Nelsinho que pediu ao Vicente Matheus que me contratasse. Na
verdade, eu tenho é gratidão.
Acabado
o jogo, vitória do Palmeiras por 3x0, cada um seguiu seu caminho; eu fui para o
Grêmio de Porto Alegre e só encontrei o Nelsinho anos depois...
Acabado
contrato com o Grêmio, retornei ao Corinthians. Comprei meu passe e “rodei”
pelo Brasil jogando em várias equipes como: Sport do Recife, Criciúma,
Figueirense, Coritiba, Bahia(em 1990), Tupi(segunda passagem), Botafogo de
Ribeirão Preto, Araçatuba-SP, São José-SP, Bragantino, entre outros. O Juventos
da Mooca, em São Paulo, foi minha última equipe. E, antes do meu grave
acidente, Deus me reservou um momento mágico na minha Vida. Marquei o gol que o
Pelé não conseguiu fazer. Em partida realizada contra o Santo André, já nos
acréscimos, na saída de bola, coloquei por cima do goleiro Irã. Foi muita
emoção.
Nos
vídeos, abaixo, você assistirá uma espetacular reportagem da ESPN Brasil
produzida pelo premiado e competente jornalista Marcelo Gomes. Além de muitos
gols do nosso craque, inclusive o gol do meio campo, último grande gol de sua
carreira.
Detalhe: não consegui postar o vídeo da ESPN, mas o endereço é este acima.
Abaixo, muitos gols do Adil. Inclusive o do meio campo mencionado no texto acima.
Adil fala do companheiro do Neto. Amigo de quarto nas concentrações.
No vídeo acima, tive a oportunidade de estar ao lado do craque no programa Arena Alterosa apresentaado pelo amigo Lucas Girardi
Mais registros
Juventos - Último clube no ano 2.000
Tupi de Juiz de Fora
Pra ele, treino era jogo.
Criciúma
Depois do acidente
Coritiba foi em 1986
Ferroviária de Araraquara - 1990
Irreverente, deu cartão amarelo para Luciano de Almeida.
Ao lado de Pelé.
Desejo
a todos que Jesus Cristo seja o convidado mais importante nas comemorações do
dia de Natal.
Feliz
Natal e até a próxima se Deus quiser!
0 comentários:
POSTAR UM COMENTÁRIOPostar um comentário