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sexta-feira, 26 de abril de 2013

GERALDO RABELO, O GERALDINHO.



No Blog do Nei Medina, Geraldinho.
Ex-atacante, goleiro, tenista... Como goleiro, foi menos vazado na maioria dos campeonatos que disputou. Atualmente, como Gerente da Agência de Desenvolvimento de São João Nepomuceno, realiza ações importantes, sendo um dos principais fomentadores do desenvolvimento de nossa cidade.   

***Detalhe: clic nas fotos para ampliar.

1- Nome, filiação e naturalidade.
Nome: GERALDO MAGELA RABELLO
Filiação: Geraldo Antônio Rabello e Geraldina Costa Rabello
Naturalidade: Rochedo de Minas

2- Qual seu primeiro time, treinador e em que posição jogava?
Começamos nas categorias de base do Esporte Clube Rochedo, como ponta direita, treinado pelo Aélcio Gestal. Na verdade, tinha sorte em fazer gols, porém gostava de jogar no gol. Tinha um campinho de terra com umas mangueiras no meio em minha casa em Rochedo e no gol jogávamos palha de arroz para amortecer os pulos e treinávamos com amigos de escola (Sérgio Murilo e Gelson) todos os dias. Quando mudamos para São João, ainda atuávamos na equipe do Rochedo e criamos uma boa rivalidade com os amigos do Botafogo e sempre sonhamos em defender esta equipe por estar praticamente dentro de minha casa.

+José Maria, Josemar, Nando, Neil, João Carlos, Nabor, Geraldinho e Adriano Rossi.

(mascote ?), Felipe, Cacalo, Tide, Fabinho e Mané Leandro.


3- O que o levou a mudar de posição?  Fale sobre isso.
Na verdade, tinha pouca altura e as dificuldades em bolas altas eram evidentes, porém à medida que crescíamos passamos a treinar mais e com as práticas escolares de vôlei, basquete e futebol de salão (atualmente futsal) começamos a adquirir boas técnicas de gol.

4- Em quais clubes jogou e quantos títulos foram conquistados?
Jogamos pelo Botafogo, Operário, Rochedo, Mangueira, Guarani, Santa Cruz, Palmeirinha, União, Leopoldina de Bicas, Vesúvio de Maripá de Minas, Tibério de Guarani.

5- Quantos títulos de goleiro menos vazado?
Segundo o falecido Netinho Soares que era o executivo de nossa Liga de Futebol, sou o atleta com maior número de títulos regionais e municipais, porém a conta exata eu não tenho, mas pelos inúmeros troféus de goleiro menos vazado dá para se ver que foram mais de 20 títulos.

6- Hoje eu arrebentei! Qual partida, ou quais, você terminou com esta sensação?
É difícil falar qual partida, mas a primeira nunca esquecemos que foi um clássico diante do Operário debaixo de muita chuva, quando os dirigentes do Botafogo queriam adiar a partida pela equipe estar desfalcada dos dois goleiros principais, Eduardo Ayupe e Bezerrinha. O árbitro Luiz Quirino de Freitas, simplesmente disse aos dirigentes do Botafogo: “Agora já molhei os meus pés e quero que todos molhem também. Vamos para o jogo”. A partida terminou com a vitória do Botafogo por um a zero, gol de Periquito e a Rádio Difusora só teceu elogios às grandes defesas em chutes de Leleis, Savinho, Aloísio e Emilson e também pela grande atuação de nosso amigo Roberto Quintino. Foi a oportunidade que precisávamos, pois era o goleiro que mais estava treinando e agarramos com unhas e dentes.
            Outra partida memorável foi Botafogo 3 X 0 XV de Novembro de Rio Novo, que foi uma seqüência de quatro defesas bem ao estilo Rodolfo Rodrigues (goleiro uruguaio que defendia o Santos) que a arquibancada da Praça de Esportes Horácio Furtado de Mendonça ficou de pé para aplaudir.
            Tivemos uma final pelo Rochedo com a equipe de Chácara, mesclada com alguns jogadores do Tupi de Juiz de Fora, quando defendemos três penalidades, garantindo o título regional. Simplesmente na partida semifinal da equipe adversária, observamos todos os pênaltis cobrados contra o Sport Biquense e facilitou saber que repetiriam as cobranças nos mesmos cantos.



7- Antes das partidas, qual atacante tirava teu sono? Quais as qualidades deste adversário?
Sempre confiávamos muito em nossa regularidade no decorrer dos campeonatos, pois nos preparávamos muito fisicamente e mentalmente, o que fatalmente sempre faz a diferença. O Carlinhos de Santa Helena foi um dos poucos jogadores que me fez gols de falta e tinha uma época que acertava cada “pombo sem asa” que só via a bola dentro da rede. O Beto de Guarará era perigosíssimo em bolas altas, mas como tínhamos ótima impulsão já procurávamos nos precaver treinando os nossos zagueiros e também em antecipadas saídas de gol.

8- Entre os diversos clubes que defendeu, escale o melhor time.
É muito difícil escalar um time, pois consideramos que nunca ganhamos sozinhos nenhum campeonato, pois o futebol é equipe. Também tenho medo de esquecer ou de ser injusto com alguns amigos e espero que me compreendam.
Nas laterais, o Josemar Capeta para mim foi o melhor marcador, mas o Cesar de Mar de Espanha apoiava como ninguém, o Robson Magalhães e Debarros davam conta do recado, o Nico do Rochedo era ótimo e o Zerly muito habilidoso. Tivemos o privilégio de jogar com grandes zagueiros, mas o melhor sempre foi o Erick Itaborahy, pois sempre atendia os nossos comandos com perfeição, se colocava bem, embora tenha até quebrado o meu braço jogando do meu lado. Tivemos a satisfação de lançar o Nabor na zaga, a felicidade de jogar com o Jorginho do Rochedo, o Kibil que era muito violento, mas conosco procurava jogar na bola e compunha sempre bem uma zaga. O Zé Maurício e o Zuza sempre foram técnicos e antecipavam bem. O Ailton Magalhães tinha muita raça e procurávamos controlá-lo através de boa orientação. O Bengó era sensacional e impunha muito respeito e também não poderíamos esquecer-nos do Wilman (Tiziu) Itaborahy que nos deu muita força no início de carreira.
No meio-campo, destaco Hudson Junior (Ninha) Itaborahy como um dos mais perfeitos e técnicos cabeças de área que já jogamos, Márcio Carrada era excelente no desarme. Dário que jogou no Tupi sabia distribuir bem o jogo, Lió, Periquito, Sebastião Carlos (como ponta direita também) e Zeca desequilibravam. O vigor físico do João Carlos e Oswaldo do Rochedo sempre nos transmitia confiança.
Os atacantes que sempre quis jogar com eles foram o falecido Tico que tinha um talento fora de série, o Zé Luiz que sempre fazia gol e o nosso profissional Adil (Nica) que sempre foi um fora de série e desequilibrava partidas com facilidade. Admirei muito a garra do Airton e do Lico que era fator importante para uma equipe. O Kim em nossa equipe de juniores fazia gols de todas as maneiras.

Campeão do Torneio Devolde de Castro Medina - 1985.
Anísio, Geraldinho, Nabor, João Carlos, Ninha, Aílton e Adão.
Periquito, Lió, Robson, Fabinho e Aírton( o mascote é Deyverson Magalhães).

9- Do nosso futebol regional: um técnico, um diretor, um árbitro e um auxiliar de arbitragem.
Um técnico seria o José Maria Silva que com todos os seus defeitos sempre teve coragem de lutar contra dirigentes e confiar em nosso potencial. O Juarez e o Quinzinho eram muito amigos, assim como o nosso Deco, a quem temos muito respeito.
Como Diretores, gostaríamos de destacar o Sr. Odone Pavanelli e o Sr. João Rana, O Anísio Esteves era muito esforçado.
Como árbitro, seríamos injustos em não enaltecer Luiz Quirino que sempre foi destaque regional.

10- Um fato engraçado, ou curioso, de uma partida que tenha participado.
O esporte sempre nos trouxe muitas alegrias e temos tantos fatos que até poderíamos escrever um livro. Teve um jogo entre Rochedo e Leopoldina, que o árbitro Luiz Quirino entrou em campo com rabo de cavalo, que pensamos que quem apitaria a partida seria o cantor Elimar Santos, que fez a torcida local delirar. No intervalo, o árbitro mudou o visual, deixando os cabelos molhados e caídos e quando chegamos perto, perguntamos: Cauby Peixoto irá apitar o jogo? O árbitro nos respondeu: “Você verá quem irá apitar”. No finalzinho do jogo ele inventou um pênalti contra nossa equipe e tivemos a felicidade de defender duas cobranças seguidas, com o árbitro voltando as duas, uma alegando invasão de área e a outra que havia mexido na cobrança. Na terceira cobrança aconteceu o gol e pulei dentro do gol para pegar a bola, quando tomamos alguns cascudos dos adversários que queriam a bola para buscar o empate (o jogo foi 3 x 2 para o Rochedo). O árbitro pediu a bola e encerrou o jogo ainda dizendo para mim: “Pega outro, você não é muito bom? E bem feito pelos cascudos.” Após o jogo fomos tomar aquela tradicional cerveja e eis que aparece o Luiz Quirino entre nós. Eu disse brincando: Vamos dar veneno para o árbitro e ele imediatamente deu a resposta: “Lembre-se que a súmula do jogo está comigo aqui e eu ainda posso te expulsar”.  Na verdade, levamos tudo na brincadeira e comemoramos muito este fato histórico.

Dário, Edinho, Geraldinho, Kibil, Juarez e Kilin.
Garça, Candinho, Zé Luís, Adil e Rossi.

11- Em algum momento pensou em tentar a carreira de jogador profissional?
Tivemos alguns convites do América de Minas, do América do Rio e do Tupi de Juiz de Fora, porém sempre acreditei que precisava estudar e como trabalhava num emprego até certo ponto sólido, ficou difícil decidir pelo profissionalismo. E olha que os goleiros de seleção na época tinham minha altura, que era o Valdir Peres e o Paulo Sérgio. Atualmente os goleiros necessitam ter pelo menos um metro e noventa de altura.

12- Além do futebol também se destacou no Tênis. Fale-nos um pouco deste esporte, e quantos títulos conquistados.
Sempre utilizei o tênis para nos manter fisicamente e mentalmente bem. O tênis eliminou os treinamentos de goleiro através do jogo de pernas, o que sempre deu para conciliar os dois esportes. É um esporte difícil de aprender, que precisa de muita disciplina e determinação. Disputamos muitos torneios regionais de 2ª classe e conquistamos muitos troféus e premiações. Atualmente, estamos nos fortalecendo fisicamente, para agüentar segurar os golpes cada vez mais potentes dos jovens que praticam em nossa cidade e recentemente num torneio de duplas no Clube Trombeteiros, conseguimos importante conquista ao lado do sexagenário Jairo Nogueira, com direito a volta olímpica e tudo.
            Gostamos muito de praticar esportes. Fomos também os primeiros campeões da agora famosa e tradicional corrida da bananeira, ao lado de nosso amigo Dr. Helir Rodrigues que acontece no Ribeirão dos Henriques anualmente.

13- Muitos passes errados, péssimos cruzamentos e, em conseqüência, baixa qualidade técnica. Como você analisa o futebol jogado hoje? Será que, entre outras coisas, está faltando treinamentos? Principalmente dos fundamentos?
O futebol tornou-se mais contato físico, força física e velocidade nos contra-ataques. Treinamentos não faltam, pois acreditamos que até treinam demais. O problema está nas escolhas, na seleção de jogadores. São valorizados jogadores vinculados a empresários e os treinadores armam equipes com medo de perder o emprego e assim enchem o meio de campo de jogadores violentos valorizando a chamada “pegada”, procurando sempre anular aquele jogador que possui um talento maior. Também falta ética no esporte. O jogador escolhido é sempre o mais forte fisicamente, muitas vezes o famoso “gato” como aconteceu com o nosso Vanderlei Luxemburgo tempos atrás e olha que ele chegou até a ser treinador de seleção brasileira, ainda foi parar no Real Madri. Quando aparece um time como o Santos jogando bonito o dinheiro vem e dá um jeito de desmontar aquela equipe.
A Espanha foi campeã do mundo usando um fundamento principal no futebol que é o passe preciso, utilizando como base o conjunto do Barcelona.

14- Futebol, Cooperativismo, Copa do Mundo no Brasil, Política... Escolha um tema e deixe sua mensagem.  
O futebol é um esporte que envolve cooperativismo, parceria, trabalho em equipe, do qual participamos de uma pós-graduação. Não adianta querer ser mais estrela que ninguém. Você aparecerá naturalmente através do talento, que vem com o aperfeiçoamento, com dedicação aos treinamentos. Temos que suar muito para que os resultados aconteçam e pode até demorar. Em todas as equipes que participamos procuramos sempre unir o grupo. A famosa “panelinha” acontece sempre. É no esporte, nas empresas e principalmente na política. O que devemos é saber escolher em conviver com as melhores pessoas num ambiente que exige competição. Daí surge o lema que precisamos cooperar para competir melhor. É impossível ganhar sem saber perder, pois é das derrotas que alcançamos melhores resultados. Devemos sempre procurar fugir do elogio, mas tentar merecê-lo sempre.
            A Copa do Mundo no Brasil, assim como a Olimpíada é uma grande vitória para o nosso país, pois surgirão mais empregos e conseqüentemente elevará a renda. Precisamos orar a Deus que não seja utilizado politicamente como sinônimo de corrupção nas obras. Que os estádios não se tornem “elefantes brancos”, levando dinheiro público para o ralo, o que já está se prevendo.
            O que nos revolta é saber que os deputados fazem leis para eles, que elevam seus salários em mais de 60%, enquanto percebemos um verdadeiro descaso com a educação, com a saúde, com o meio ambiente e com a segurança. Falta transparência e a impunidade impera. Está havendo uma verdadeira inversão de valores.
            Assim, acreditamos que o esporte sempre melhora nossa auto estima.
     
Robson, +Ricardo Serpa, Ninha, Zuza, Geraldinho, Nabor, Fernando de Lélis, Zerli, João Carlos, José Maria Sampaio, Claudinei Paulino, Dr.Santos, +Haroldo Peres e Jorge”Elétrica”.
Adil, Cacalo,  Lió, +Tico do Bandaia, Josemar, +Leleis, +José Maria Antunes e Candinho.

Obrigado ao amigo Geraldinho por esta excelente entrevista.

Abraço a todos e até a próxima se Deus quiser!

2 comentários:

  1. Muito bom... lendo a matéria, lembrei-me de qdo meu pai me levava nos campos do Operário e do Mangueira pra ver o tio Carlinhos (citado na matéria) infernizar a vida do Geraldinho! hehehe... Parabéns ao Nei e ao Geraldinho.

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