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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

HELENO DE FREITAS - 1 9 4 4


O ano de 1944 foi marcante para Heleno. Capitão e jogador mais importante do time do Botafogo. Teve sua 1ª convocação para seleção brasileira(foto acima), e, também formava a linha de ataque da seleção carioca ao lado de Zizinho (fla) e Ademir de Menezes (Vasco)como mostra a foto abaixo.

Neste mesmo ano o Botafogo conquistava o tri campeonato no futebol amador; destaque para Tovar, Otávio e Renê de Mendonça. Sendo que, o nosso conterrâneo, Renê de Mendonça, participou das três conquistas, 42, 43 e 44.
A foto abaixo mostra nosso conterrâneo brilhando no time da Estrela Solitária.

Mas vou aproveitar um “mix” dos textos de Roberto Porto e PC Filho, para falar do famoso JOGO DO SENTA.
“... Mais de sessenta anos nos separam daquele 10 de setembro de 1944. Botafogo e Flamengo se enfrentavam pelo returno do Estadual, em General Severiano. Aquela tarde ensolarada de domingo entraria para a história de ambos os tradicionais clubes da Zona Sul carioca.
O Flamengo caminhava a passos largos para o seu primeiro tricampeonato. Só contabilizava duas derrotas em todo o certame: uma para o América e uma para o Vasco. O campo do Botafogo estava abarrotado de gente, contando com um público excepcional para aqueles tempos sem Maracanã.
Vejamos as escalações dos dois quadros. O dono da casa teve a seguinte linha: Ari, Laranjeira e Ladislau; Ivan, Papeti e Negrinhão; Lula, Geninho, Heleno de Freitas, Valsecchi e Valter. Já o Flamengo escalou: Jurandir, Newton e Quirino; Biguá, Bria e Jaime de Almeida; Nilo, Zizinho, Pirillo, Sanz e Jarbas. O árbitro foi Aristides Figueira, o Mossoró.
Jogando em casa, o Botafogo começou melhor. Fez 2 a 1 no primeiro tempo, com gols de Heleno de Freitas e Valsecchi. Valter e Heleno de Freitas ainda ampliaram para 4 a 1, no segundo tempo. Era o placar perfeito, para vingar o jogo do turno (relembrando, Flamengo 4 a 1, na Gávea). Porém, o rubro-negro descontou com Jarbas: 4 a 2.
Aos 31 minutos da segunda etapa, Geninho balançou pela quinta vez as redes flamengas. Disse que as redes balançaram, mas já me corrijo. Na verdade, as redes não chegaram a balançar, e é nesse fato peculiar que reside toda a polêmica eterna deste jogo. A bola chutada por Geninho passou por Jurandir, bateu na parte inferior do travessão, e quicou dentro do gol, para depois sair. O juiz Mossoró estava convicto de que a bola havia de fato ultrapassado a linha, e por isso validou o gol. Botafogo 5, Flamengo 2.
O lance polêmico é a oportunidade do tumulto. Os jogadores do Flamengo, liderados por Jurandir, iniciaram o chororô para cima do árbitro, cercando-o. "Não entrou, não entrou!", juravam os flamenguistas. Mas de nada adiantava: Mossoró se manteve firme na sua convicção. Os alvinegros, que nada tinham a ver com a confusão, aguardavam o reinício da partida, batendo bola em campo. E então aconteceu a cena patética: os jogadores do Flamengo se sentaram em campo, obedecendo a ordens vindas dos dirigentes Marino Machado e Francisco Abreu. Imaginemos a cena surreal: os futuros tricampeões permaneceram pateticamente sentados até o cronômetro indicar o final da partida. Quando isso ocorreu, os craques levantaram-se e foram tomar banho nos vestiários. A súmula de Mossoró registrou o quinto gol e, portanto, o placar de 5 a 2. A Federação homologou o resultado, e o chororô dos dirigentes rubro-negros continuou durante toda a semana subseqüente, com muitas reclamações na imprensa. Os jornais então apelidaram a batalha do domingo como "O Jogo do Senta".
É importante isentar de culpa o treinador rubro-negro: Flávio Costa não teve participação no protesto bizarro. Ele afirmou, na época: "Não queria que os jogadores se sentassem no gramado. Estava longe e não pude interferir. Aquilo foi ordem dos dirigentes.".
Os alvinegros não perdoaram, e aproveitaram para tirar sarro: "Senta, para não apanhar de mais!", gritavam eufóricos. E os jogadores sentados certamente ouviam cada palavra como se fosse um sussurro nos ouvidos. Ah, como eram bons os jogos nos campos pequenos, com a torcida ali pertinho, quase encostando nos craques que encharcavam as camisas!
A bola entrou ou não entrou, afinal? Infelizmente, não há registros em fotos ou vídeos do momento sublime. Jamais saberemos quem tinha razão, se o juiz Mossoró, se os dirigentes do Flamengo. O debate segue até hoje: alguns sobreviventes juram que a linha foi ultrapassada; outros juram justamente o oposto disso.
O campeonato seguiu em frente como se nada tivesse acontecido, e o Flamengo acabou conquistando mesmo o tri, em cima do Vasco, com outro lance polêmico (o famoso gol de Valido na Gávea).
O jogo aqui relatado teve um profundo impacto na história do clássico Botafogo x Flamengo. Foi naquele domingo que começou a se acentuar a rivalidade entre os dois clubes.
Desde então, Botafogo e Flamengo já se enfrentaram centenas de vezes. E, toda vez que o fazem, é como se fosse naquela ensolarada tarde de domingo em General Severiano.”
Na foto abaixo, um salto com Quirino, Borracha e Nílton.


*** 1945, Heleno disputa o Sul Americano do Chile. Abraço e até lá, com a Graça de Deus!

Um comentário:

  1. Assisti esse jogo ao lado do meu tio abdon felix.Tinha seis anos de idade e já acompanhava o glorioso.Era o time da família.Lembro de uma cena impressionante quando heleno de Freitas,o nosso grande ídolo,passou em frente a social com a cabeça ensanguentada,fruto de uma cadeirada da torcida adversária.

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